O comportamento do clima durante a campanha trigueira 2016-2017 foi descrito mais uma vez com a utilização de um método para calcular as reservas d’água no solo e as suas anomalias. Estas últimas chamadas de “Classificação de Umidade do Solo” foram calculadas como média mensal durante todo o ciclo do trigo, embora surjam de uma análise diária e expressem o grau de afastamento das condições habituais para cada região e cada período do ano. A classificação de umidade é um adequado indicador climático pois resume o comportamento das variáveis climáticas mais relevantes, tais como a distribuição espacial e temporal das chuvas e a sua interação com a evapotranspiração que por sua vez depende da temperatura do ambiente, da radiação solar, do vento e da umidade atmosférica.

Os mapas, que são utilizados em forma operativa e para qualquer período de tempo, neste caso são mensais e contém uma subdivisão política por áreas, que pode ser associada às conhecidas zonas trigueiras do país representando aqui só as províncias da pampa. A apresentação da sequência de mapas de classificação de umidade do solo e a descrição do seu comportamento permitem ao leitor se fazer uma ideia clara de qual foi a evolução climática da campanha trigueira, levando em conta que as considerações agronômicas são descritas em um outro apartado desta publicação. É preciso esclarecer que não sempre as condições habituais ou normais são as mais adequadas para o cultivo em todas as regiões e períodos do ano; desse modo, durante o inverno e começo da primavera, as condições normais poderiam resultar hidricamente deficitárias nas regiões localizadas no oeste e noroeste da área, tal como a região trigueira V Norte. No entanto, com essas mesmas condições poderiam se representar situações de certo excesso d’água no solo no centro-leste e sudeste da região trigueira.​

MAIO 2016
A média de umidade edáfica apresentava um pulso úmido no oeste da região pampiana e condições normais em quase toda a parte leste, isto é, Santa Fe, Buenos Aires e Entre Rios.

JUNHO 2016
As chuvas do início do inverno estiveram muito por cima do normal nas zonas onde se indicam excessos e no resto da região houve umidades edáficas normais, exceto na província de Entre Rios.​

JULHO 2016
Este mês se caracterizou por ter condições de umidades edáficas por cima do normal em todas as sub-regiões exceto no centro da província de Buenos Aires onde a pesar disso só estiveram levemente por baixo do normal.​

AGOSTO 2016
Houve um novo dipolo de umidade edáfica com excessos e com maiores valores na região oeste. No Pacífico se desenvolveu o fenômeno La Niña de baixa intensidade que trouxe preocupação e, portanto, as características deste mês foram um chamado de atenção.

SETEMBRO 2016
Neste mês, instalou-se um pulso seco no centro da província de Buenos Aires e se acentuaram as dúvidas a respeito da provisão d’água sob as condições do Pacífico.

OUTUBRO 2016
Este foi um mês excelente para a provisão de chuvas e a recomposição de umidades, mas nos núcleos trigueiros do sudeste da província de Buenos Aires os valores das chuvas estiveram por baixo dos valores normais.

NOVEMBRO 2016
As condições de umidades edáficas estiveram por baixo do normal na região do sudeste da província de Buenos Aires e os mecanismos de escala regional geraram chuvas que afastaram em parte o efeito de La Niña. Como veremos nos próximos dois meses, as chuvas foram intensas e geraram alagamentos e inundações que afetaram os lotes de trigo.

DEZEMBRO 2016
É importante observar a intensificação das condições por baixo do normal dos solos do sudeste da província de Buenos Aires em contraste com os valores do resto da região.

JANEIRO 2017​
Houve abundantes chuvas no centro e norte da região. Isto gerou impactos de excessos hídricos em Santa Fe, Córdoba e Entre Rios e, do norte de Buenos Aires para o sul, as condições adequadas beneficiaram a colheita de trigo.​​

MAIO 2016	JUNHO 2016
JULHO 2016	AGOSTO 2016
SETEMBRO 2016	OUTUBRO 2016
NOVEMBRO 2016	DEZEMBRO 2016
JANEIRO ​2017​