CLIMA

O comportamento climático durante a campanha trigueira 2015-2016 foi descrito mais uma vez com a utilização de um método para calcular as reservas d’água no solo e suas anomalias. Estas últimas são chamadas de “Classificação da umidade do solo” e se calcularam como média mensal durante o ciclo do trigo, embora sejam dados vindos de uma análise diária e expressem o grau de afastamento das condições habituais para cada reg​ião e período do ano. A classificação de umidade é um adequado indicador climático pois resume o comportamento das variáveis climáticas mais relevantes, tais como as distribuições espaciais e temporais das chuvas e sua interação com a evapotranspiração que por sua vez, depende da temperatura do ambiente, da radiação, do vento e da umidade atmosférica.

Os mapas que se utilizam em forma operativa e para qualquer período de tempo, neste caso são mensais e contém uma subdivisão política por município, que pode ser associada às conhecidas zonas trigueiras do país representando aqui só as províncias pampianas. A apresentação da sequência de mapas de classificação de umidade do solo e uma descrição do seu comportamento permitem ao leitor ter uma ideia clara de qual foi a evolução climática da campanha trigueira, levando em conta que as considerações agronômicas são descritas em outro setor deste site. É preciso esclarecer que nem sempre as condições habituais ou normais são as mais adequadas para o cultivo em todas as regiões e períodos do ano. Assim, durante o inverno e no início da primavera, as condições normais poderiam resultar hidricamente deficitárias em regiões localizadas no oeste e noroeste da área como a região trigueira V Norte. No entanto, essas mesmas condições poderiam representar situações de certo excesso d’água no solo no centro leste e sudeste da região trigueira.

MAIO 2015
As médias de umidades edáficas apresentavam um pulso seco no norte e condições normais ou por cima das normais no centro e sul, abrangendo a província de Buenos Aires.

JUNHO 2015
No começo da campanha trigueira observou-se uma região que abrangia parte da província de Santa Fe e Entre Rios em condições secas. Quase toda a província de Buenos Aires apresentava condições normais de umidade edáfica.

JULHO 2015
O mês de julho foi caracterizado por ter condições secas no norte de Santa Fe e Entre Rios, mas os núcleos trigueiros desta província mantinham condições normais. Houve condições secas no norte da província de La Pampa e no resto, boas condições de umidade.

AGOSTO 2015
Do ponto de vista climático, este mês foi determinante para o desenvolvimento do trigo. É possível observar o incremento das condições de umidade em um eixo central de toda a região com importantes excessos devido às constantes chuvas. A única região que ficou com condições por embaixo do normal foi o norte de La Pampa.

SETEMBRO 2015
Este mês se caracterizou por condições de chuva por embaixo do normal no centro-leste da província de Buenos Aires.

OUTUBRO 2015
Devido ao comportamento das chuvas, as condições de umidade foram normais e a região que definiu valores por embaixo do normal correspondera ao leste da província de Buenos Aires, mas no núcleo trigueiro do sudeste bonaerense as condições foram normais.

NOVEMBRO 2015
Observaram-se boas condições de umidade e a origem desse cenário se explica pelos primeiros impactos de El Niño que já estava instalado no Pacífico Equatorial Central.

DEZEMBRO 2015
Em quase toda a região pampiana, as chuvas tiveram valores normais ou por cima do normal, com alguns efeitos condutores que geraram problemas no chão. No sudeste bonaerense, o cenário foi diferente e houve condições levemente secas que, junto com rendimentos definidos, foram favoráveis.

JANEIRO 2016
A parte oeste da Região Pampiana apresentou excessos e geraram-se problemas na colheita. No resto das regiões, houve condições adequadas para a finalização da campanha trigueira.

EVOLUCAO DA UMIDADE DO SOLO NA SAFRA TRIGUEIRA

 
MAIO 2015 JUNHO 2015
JULHO 2015 AGOSTO 2015
SETEMBRO 2015 OUTUBRO 2015
NOVEMBRO 2016 DEZEMBRO 2016
JANEIRO 2016