CLIMA

Descreve-se o comportamento do clima durante a campanha do trigo 2012-2013, através da utilização de um método para calcular as reservas de água no solo e suas anomalias. Estas últimas que denominamos “Classificação de Umidade do Solo” se calcularam como média mensal durante todo o ciclo do trigo, embora provenham de uma análise diária, e expressam o grau de distanciamento das condiciones habituais para cada região e período do ano. A classificação de umidade é um indicador climático adequado, pois resume o comportamento das variáveis climáticas mais relevantes, tais como as distribuições espaciais e temporais das precipitações e sua interação com a evapotranspiração que por sua vez depende da temperatura do ambiente, da radiação solar, do vento e da umidade atmosférica.

Os mapas, que são utilizados operacionalmente e para qualquer período de tempo, neste caso são mensais e contém uma subdivisão política por partidos, que pode se associar às conhecidas zonas trigueiras do país representando aqui só às províncias da Pampa. A apresentação da sequência de mapas de classificação de umidade do solo e uma descrição de seu comportamento permitem que o leitor tenha uma idéia clara de qual foi a evolução climática da safra trigueira, sendo que as considerações agronômicas são descritas em outra seção desta publicação. Devemos esclarecer que nem sempre as condições habituais ou normais são as mais adequadas para o cultivo em todas as regiões e períodos do ano; por isso durante o inverno e início da primavera, condições normais poderiam resultar em défice hídrico nas regiões localizadas a oeste noroeste da área como a região trigueira V Norte, no entanto essas mesmas condições poderiam representar situações de algum excesso de água no solo para o centro leste e sudeste da região trigueira.

MAIO 2012
O início da safra do trigo manifestava condições de umidade com uma adequada distribuição na Província de Buenos Aires, junto com uma situação normal no centro-norte de La Pampa e Córdoba e com valores por baixo dos normais na Província de Entre Ríos.

JUNHO 2012
A característica mais significativa durante este mês foi a intensificação de um pulso seco que se transformou em seca no norte da Província de Entre Ríos. No resto da região mostrada no mapa, não houve variações significativas e se conservaram as condições de umidade na superfície, adequadas para as semeaduras, o que permitiu um calendário normal.

JULHO 2012
A característica mais significativa durante este mês foi a intensificação de um pulso seco que se transformou em seca no norte da Província de Entre Ríos. No resto da região mostrada no mapa, não houve variações significativas e se conservaram as condições de umidade na superfície, adequadas para as semeaduras, o que permitiu um calendário normal.

AGOSTO 2012
A recomposição de sistemas de precipitações produz uma mudança radical na distribuição da umidade, carregando os perfis em toda a região pampiana o que trouxe um grande alívio e foi benéfico para os cultivos da colheita fina. É importante destacar a desaparição da seca no norte de Entre Ríos e a presença de excessos hídricos no norte da Província de Buenos Aires. Outra observação interessante é o limitado pulso seco no sul de Santa Fe.

SETEMBRO 2012
As condições de boas chuvas continuaram e é notável observar que todo o centro da região pampiana teve condições excessivas de umidade edáfica, e a característica dominante foi este cenário de perfis que beneficiavam o desenvolvimento dos cultivos. Os núcleos trigueiros no sudeste bonaerense tinham condições quase normais, o que resultava ótimo para o desenvolvimento dos cultivos. Condição muito similar à safra 2011-2012.

OUTUBRO 2012
A situação no mês de outubro apresentava-se muito interessante, em efeito, basta observar o mapa e notar nas reservas uma situação de “dipolo” com excessos em todo o centro e condições secas no sul da província de Buenos Aires; já estavam presentes boas condições de demanda atmosférica e naqueles lugares sem chuvas as variações de umidade se percebiam rapidamente.

NOVEMBRO 2012
Excelentes condições em quase toda a região pampiana exceto em uma faixa que compreendia parte este da região onde, apesar disso, as condições foram normais. Estas circunstâncias permitiram um prosseguimento adequado da etapa de seu ciclo, o que fazia esperar uma colheita normal, pudendo ser boa no sudeste bonaerense, a última em ser colhida e que seguia mantendo suficientes reservas de água no solo, que bastaram para as etapas mais exigentes nessa zona.

DEZEMBRO 2012
Por ser um mês de colhimento no centro e norte da região, as anomalias positivas de umidade no solo costumam serem desfavoráveis para o trigo, e estas condições, tais como se assinalam no mapa, causaram prejuízos no levantamento da colheita.

JANEIRO 2013
Anexa-se o mapa da média da situação hídrica deste mês, pois ainda é período de colheita no extremo sudeste da área trigueira. A umidade edáfica, levemente por cima do normal para a zona, não influiu nas tarefas do colhimento.

EVOLUCAO DA UMIDADE DO SOLO NA SAFRA TRIGUEIRA

 
MAIO 2012 JUNHO 2012 JULHO 2012
AGOSTO 2012 SETEMBRO 2012 OUTUBRO 2012
NOVEMBRO 2012 DEZEMBRO 2012 JANEIRO 2013