A campanha trigueira 2019/20 se caracterizou por uma forte seca até finais de setembro, sem chuvas antes e durante a semeadura e com apenas algumas chuvas a finais de junho.  De julho até finais de setembro as chuvas foram escassas.  A seca afetou a aplicação de fertilizantes e retrasou a emergência e o correto controle de ervas daninhas. De 30 de setembro em diante, as chuvas se regularizaram com cerca de 120 mm em 45 dias e permitiram restabelecer o perfil e as condições hídricas dos cultivos.O estresse hídrico até o início do alongamento derivou em um cultivo de menor altura (por causa de uma menor elongação dos entrenós) de entre 10 e 20 cm, um menor perfilhamento das plantas e um retraso no surgimento de ferrugem estriada. O tamanho das perdas de rendimento se tornou evidente de acordo com as condições específicas de cada lote.  Nos lotes bem manejados e com perfil médio de 60-70 cm de profundidade efetiva a redução foi moderada, a falta de espigas foi compensada em parte com uma maior quantidade de grãos por espiga e um maior tamanho dos grãos.  Com um ajuste adequado da fertilização, as porcentagens de proteínas nos grãos foram aceitáveis.  A partir de meados de novembro, não houve mais chuvas durante o enchimento e isto afetou em parte o rendimento final do trigo.A condição do trigo do centro de Coronel Dorrego até o oeste foi diferente (oeste de Bs.As e La Pampa).  As chuvas foram menos intensas em outubro e chegaram um pouco tarde.  Os cultivos estavam adiantados e por isso foram muito mais afetados pela seca.  Os rendimentos nesta zona foram menores aos do ano anterior.  No litoral, as chuvas de finais de outubro, prévias ao espigamento, aliviaram a situação, mas no interior da sub-região foi notável a redução da quantidade de grãos.A doença principal do trigo na região foi a ferrugem estriada (Puccinia striformis) que se manifestou com ataques leves até finais de setembro, mas foi menos agressiva que nas campanhas anteriores por causa da seca.  No entanto, a grande maioria dos lotes receberam pelo menos uma aplicação de fungicida.    Depois das chuvas, a ferrugem avançou principalmente nos cultivares suscetíveis.  A ferrugem laranja ou da folha (P. triticina) surgiu com ataques pontuais.  O fusarium não gerou problemas como aconteceu na campanha 2018/19 e isto foi graças a falta de chuvas (umidade baixa) durante o final do enchimento.As temperaturas de outubro e até o amadurecimento foram adequadas, sem grandes golpes de calor.  A partir do início de dezembro, a combinação de umidades relativas ambiente baixas e a ausência de chuvas acelerou a secagem do cultivo.  A colheita começou uma semana antes do habitual, mas sua finalização se retrasou por causa de abundantes chuvas entre 19 de dezembro e 10 de janeiro de 2020.  Nesses trigos colhidos, estas chuvas provocaram em forma tardia uma lavagem do grão que reduziu seu peso hectolitro a níveis por embaixo do grau 3 em alguns casos.Devido às condições climáticas, os rendimentos na zona foram de entre 2200 e 6500 kg/ha, com redução do peso hectolitro em trigos colhidos depois das chuvas, sem problemas nas porcentagens de proteína em geral devido à correta contribuição de N dos produtores nesta última campanha.  O rendimento ultrapassou os 80 qq/ha em alguns lotes profundos próximos ao litoral.

Apêndice De Amostras Conjunto Por Localidade

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